Conversas de café II

E quem disse que conversas de café, é pura perda de tempo. Coisa que a gente faz quando já não tem mais nada com o que se ocupar. Bem... no geral não é, as vezes em alguns casos é isso mesmo. Falta de coisa melhor pra fazer. Mas em alguns casos também é cultura.

Tudo bem que conversa de café, como eu já disse noutra matéria, roda em torno de seis temas:

- Futebol;
- Carros;
- Jogo de Futebol;
- Jogadores de Futebol;
- Treinadores e Juízes de Futebol;
- E a equipe favorita de cada um. Mas de vez em quando surge uma coisa nova.

Uma das últimas, que presenciei pelo menos, falava justamente da profissão mais antiga do mundo. Prostitutas. não era sobre os preços, quem eram, onde se encontravam nem nada disso, era uma conversa, calma, pura, tranquila e serena (com esse tema também é possível ter algo assim), até eu abrir minha boca, e dizer que era impossível essa ser a profissão mais antiga do mundo. E vinham e tentavam explicar por A + B que era, porque tinha de ser.

Bem. Se pararmos pra pensar um pouco, prostituição, é um "comércio" de compra e venda (na verdade é arrendamento, mas isso é um pequeno detalhe), ou se preferirem é uma prestação de serviço. E como qualquer comércio, existe uma troca pode ser de dinheiro, pode ser de produtos, não interessa. Existe uma troca.

Quando eu disse que era impossível a prostituição ser a profissão mais antiga do mundo, foi com base nesse raciocínio (e o fato de a pouco tempo atrás ter visto um episódio de "how I met your mother", que falava justamente disso).

Lógica dita que a profissão mais antiga do mundo, seja uma profissão que lidasse com armas, como por exemplo um caçador. Faz todos sentido, afinal nos primórdios, tanto um guerreiro como um caçador, eram exactamente a mesma coisa. Ambos caçavam e defendiam, ambos possuíam armas, (não necessariamente uma arma de fogo, mas uma arma é sempre uma arma). E ambos, podiam providenciar, o que trocar, fosse comida, ou proteção. Era uma forma de pagamento, era comércio.

Mas tente explicar isso numa noite onde todos ja estavam alcoolizados, depois de umas tantas caipirinhas e umas tantas cervejas (acho que isso explica como que se chegou nesse tema). Não tente, perda de tempo, mas sempre da pra tornar uma conversa de café mais interessante, e no minimo, educativa.

Noutra situação, também se falava da prostituição, já com outro grupo de pessoas, mas não se discutia sobre ser a mais antiga ou não, mas sim o porque das pessoas irem atrás delas. E a resposta mais comum era sempre, porque iam atrás do que não conseguiam em casa. Deduzi que se tratasse das fantasias e dos fetishes de cada um, que as parcerias deles não alinhavam na historia. Até que ouço a seguinte: "eles vão ter com elas, pra terem um pouco de amor".

Essa sinceramente fez calar todo mundo. Ir ter com uma prostitua, ou garota de programa, não importa o nome que você dê, por causa de amor. É uma transação monetária, pura e simples, único amor possível ali é a paixão arrebatadora dela pela nota de 500 euros que ele tem na carteira. Caso contrario, é mais gente que não sabe o que fazer ao dinheiro.

Devo dizer que a conversa seguiu num tanto assim mais tenso, afinal não é sempre que se ouvem barbaridades. Mas dá pra chegar a uma conclusão pelo menos...

Conversas de café também são cultura. Pelo menos conseguem ser sobre outro assunto que não o futebol.