Os Cegos do Castelo

Bem... eu essa semana dei comigo ouvindo essa musica, "Os Cegos do Castelo" dos Titãs, escrita Nando Reis. A musica em si fala de mudanças, hora de novas atitudes, e é o ponto onde me encontro agora... acho que me reencontrei... ou pelo menos encontrei uma nova que me agrada mais... algo assim mais relaxado... muito mais zen.

E descobri isso, agora pouco mesmo, pois tive uma noticia, não 100% confirmada ainda, que não me agradou muito, mas que teve um efeito diferente do que eu estava a espera, não foi uma sensação nem de alivio nem de angustia, mas também n foi de indiferença. Foi mais uma sensação do género... "eu avisei, agora eles que decidam se dão ouvidos as minhas palavras ou não". Basicamente é aquela situação que descrevi no outro post sobre as semelhanças e pessoas que teimam em querer sempre mais do mesmo, e não aprender com seus erros, e não procurarem a beleza do mistério da descoberta, e ficarem com medo em segurança naquilo que já conhecem, e estão cansados de ver no seu quotidiano.

Mas voltando um pouco pra mudança em si. A letra desta musica dos cegos do castelo é esta:

"Os Cegos do Castelo
Titãs
Composição: Nando Reis

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou

Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou

E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar

Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim"

E porque uma certa identificação com esta música. Porque na minha caminhada para crescimento pessoal, e aprimoramento, pra me reencontrar eu de certa forma sinto que acabei entrando no castelo dos cegos, de certa forma mentindo pra mim mesmo, sobre situações, cercando-me de espinhos, atraído para um inferno pessoal que fez com que um pouquinho de outro lado de mim viesse a tona, um lado frio, superior, um cadito intransigente com certos temas.

Eu me despeço desse castelo, aquilo que eu tinha de aprender nele, que era relativo a confiança nas pessoas e a dependência nas pessoas, aquelas em que posso ou não contar, eu já aprendi (não cometerei o mesmo erro novamente) os espinhos que me machucavam e que me angustiavam sumiram, já não existem mais, o inferno pelo qual eu fui atraído ainda esta lá, mas já o vi, já o conheci, já não o quero, ele fez a sua escolha assim como eu fiz a minha. formas curiosas diferentes de ver as coisas.

A forma como descobri isso, é engraçada, pois passei uma semana fora, fui praticamente rever a família que já não via a mais de 15 anos, e quando cheguei lá e vi o quotidiano deles, analisei minha vida, meu quotidiano e vi que eu tenho de dar graças pela vidinha calma e pacata cheia de novidades e mistérios e novas descobertas que possuo. Uma prima que entrou em depressão por problemas amorosos... caramba eu tive la perto, depois de ver o que isso fez com ela... decidi que tenho muito mais que fazer, do que ficar me preocupando se x gosta de y, e y começou a andar com z. Não vou mais me deixar ir abaixo por isso... claro que custa... dói, mas caramba... tem muita mais coisas no mundo e na vida pra fazer, do perder tempo ficando triste e deprimido. Parece ser uma visão um cadito fria, mas não é uma verdade e não é fria.

Eu costumava dizer que todos nascemos em pares, temos uma pessoa pré-destinada pra nós podemos levar é uma eternidade pra encontrar, e as vezes nunca a encontramos. Depois, com pessoa muito solitária que fui comecei a me descrever pessoalmente como um lobo solitário, e o porque do lobo é simples. Os lobos assim como os falcões "amam" apenas uma vez, mas é pra sempre. Se já encontrei esse "Amor eterno" não sei mas mesmo assim, não vou passar o resto do meu tempo a procura dele. Pois se ele por aí existir, ele vai me achar.

Eu também costumava dizer que as pessoas entram e saem da nossa vida com frequência, e isso é algo que todos constatamos diariamente, mas algumas pessoas saem e voltam anos depois a entrar em nossa vida. Eu antes considerava que esse retorno era só para nos trazer alegrias. Hoje sei que este não é o caso. Em algumas raras excepções as pessoas que voltam vão nos alegrar. Noutras situações mais comuns, elas voltam e nos mudam, não pra melhor, mas sim pra pior, e com sua presença, mesmo que não intencional nos causam dor.

Se um amigo meu, durante uma pequena ausência minha se envolvesse com alguém que eu estivesse interessado eu nunca o perdoaria, mesmo que ele viesse dizer alguma coisa, depois. 1º porque o correto seria dizer antes, pra evitar mal entendidos. 2º porque se ele faz isso correndo o risco de estragar uma amizade... ele será capaz de coisas bem piores. Por sorte esta é uma situação com a qual ainda não me deparei. "I'm one of the lucky few"

Por isso as pessoas do passado quando voltam ao presente, não querem nosso bem. Querem "vingar-se" por terem sido esquecidas, e usam tudo e todos para isso, e no caso se um amigo aceita ser usado dessa forma, é porque não era lá grande coisa como amigo pra começar.

E agora que já me despedi do castelo dos cegos, eu começo minha nova caminhada, na claridade, não mais cercado de sombras, mas sim constantemente iluminado pela luz do dia, pela luz do sol, aquecido por essa luz maravilhosa que ilumina meus caminhos, seguindo em frente atrás de novas descobertas, novas amizades, novas pessoas, novos mistérios... enfim atrás de algo novo. deixando pra trás toda angustia, toda tristeza. Gostava de poder dizer deixando pra trás toda solidão, mas visto que ela faz parte do meu ser (um lobo solitário) ela vem comigo, mas a grande diferença é que pelo menos agora vou tentar fazer com que ela não me afete mais.