A vida no cinema, e o cinema da vida

Eu estava lendo hoje o blogue da poupinhas, como faço todos os dias (cada testo tem um tacho). Ela estava falando justamente sobre comédias românticas. E se tem uma coisa que adoro são filmes, comédias românticas então nem se fala, por isso a matéria dela captou minha atenção.

A matéria focou um detalhe que em grande parte dessas comédias acontece, o fato da mulher estar sempre numa classe social diferente da do homem(excepto algumas poucas excepções), e geralmente não só diferente como inferior (acho que isso tem haver com o lance do príncipe encantado que virá salvar a donzela) que é o que realmente acontece, raríssimas são as histórias em que a mulher é trilhardária e o homem um pé rapado. E segundo ela, acabavam as mulheres,  assumindo um papel de interesseiras, que se apaixonavam, não pelo homem em si mas pela conta bancária dele. (Pelo menos foi o que entendi). E como ela também diz, na vida real não as coisas não são daquele jeito que acontecem, pois as "interesseiras, nem sempre conseguem o que querem. Pois os homens fogem delas, como o diabo foge da cruz. O que é bem verdade. Ao ler a matéria dela comecei a pensar...

Que se formos ver qualquer historia de amor, para prender a atenção do publico seja comedia ou não, tem que ter um drama que as pessoas possam se associar facilmente. Classes sociais é o mais fácil deles, mas também temos as tragédias de famílias rivais (Romeu e Julieta ficou bem conhecido por isso mesmo, o lance do suicídio, do veneno e etc. foi só para mostrar a consequência da rivalidade nada mais), temos o Homem rico se apaixona pela mulher mais pobre que até era uma prostituta (pretty woman, excelente filme, e para quem não sabia, que fique agora a saber, que aquele corpo logo no inicio do filme, não é da Júlia Roberts), temos um dos casos raros da mulher ser mais rica e no caso a patroa, como no "The Proposal" (como disse classe social é o mais fácil). E depois temos os casos como na minha comédia romântica favorita "Serendipity" onde ambos são da mesma classe social, e o problema todo gira em volta do timing (assim como tudo na vida real).

E as vezes a vida consegue entrar dentro dos filmes, pois temos interesseiros e oportunistas de ambos os lados da tela. Alguns fogem outros não. Um homem rico pode se apaixonar por uma mendiga, não é impossível, pouco provável, mas não impossível. (quem tem dinheiro sempre quer mais). E depois temos aquelas situações onde conheces uma pessoa fantástica, passas algumas horas com ela, um encanto total, essas horas são perfeitas, mas para terem a certeza que estão destinados um ao outro, deixam o acaso resolver (eu sei que estou voltando para o serendipity, mas o filme é bom e aquela historia é possível de acontecer, só não com tanto humor, e a Kate Beckinsale).

Tentar passar sentimentos reais para o cinema, não é difícil, fazer o publico acreditar é uma historia completamente diferente pois não só a história tem que ser muto boa, mas os atores, têm de ser soberbos.

Mas isso do romance é assim mesmo, as vezes nossa vida vira uma comédia, as vezes uma tragédia, mas algumas vezes parece que vivemos uma verdadeira comédia romântica. pois conseguimos detectar aqueles traços que definem esse género de filme. Seja uma frase, seja um acontecimento do dia a dia, ou seja a pessoa que desejamos. Nós conseguimos criar situações tão estupidamente absurdas, que tornam nossa vida numa verdadeira comédia romântica. Não me espantava nada se surgir daqui algum tempo uma comédia romântica baseada em fatos reais, ou até mesmo um documentário minha vida, uma comédia romântica. E já agora dou a dica para as rádios. um programa de rádio chamado "Minha vida dava uma comédia romântica" e quem diz rádio diz televisão, afinal os insuportáveis reality shows ainda estão na moda.

Cinema é entretenimento. Comédias Românticas existem para as nos fazer sentir bem, damos umas gargalhadas e temos sempre um final feliz, que nos diz sem excepção alguma, pois essa é a premissa de toda comédia romântica. Tenha esperança, não desista, você ainda vai alcançar a sua felicidade. Que é, no fundo, aquilo que todos nós queremos. Acreditar que nosso momento de felicidade, se ainda não o alcançamos, ainda esta para chegar.